lunes, 23 de agosto de 2010

Sangue, Suor e Lágrimas


Este refrao, tao conhecido em nosso cotidiano, surgiu na Segunda Guerra Mundial e seu autor nao foi ninguem menos que o Primeiro Ministro Britânico, Winston Churchill.

A Inglaterra declara guerra à Alemanha, dois dias depois da invasão da Polônia. Chamberlain capitula, convoca Churchill para ocupar o seu velho posto à frente do Almirantado. A marujada vibra: "Winnie está de volta !". O ânimo do país volta a esquentar, grande repercussão internacional, congratulações da Casa Branca com a assinatura de "um homem do mar" -- Franklin Roosevelt. Ponto de encontro de vidas paralelas, costura-se a parceria decisiva.

O moral elevado da Marinha não afeta a "guerra sentada" que se trava na frente francesa. Abril de 1940, os aliados não conseguem evitar a invasão da Dinamarca e da Noruega que controlam a saída da frota alemã pelo Báltico. Fracassam duas expedições anfíbias inglesas em Narvik e Trondheim, o fantasma de Galllipoli reaparece no Parlamento, desta vez o culpado pelo fiasco é Chamberlain. Maio, nova blitz alemã, caem o Luxemburgo, Holanda, Bélgica e a Wehrmacht está diante da fronteira desguarnecida da França.

Chamberlain renuncia, ainda tenta indicar um sucessor que não seja Churchill. Inútil, o único político que merece a confiança dos trabalhistas -- apesar do seu passado reacionário -- é Churchill, comprometido vitalmente com a causa anti-hitlerista.

Estréia no Parlamento como Primeiro Ministro e inaugura o ciclo dos memoráveis discursos de guerra: ":

"Não tenho nada a oferecer-vos senão sangue, trabalho, suor e lágrimas...".

O gabinete de coalizão (no qual exerce também a pasta da Defesa), inclui três trabalhistas, um deles é o poderoso líder sindical, Ernest Bevin. Fica garantido o esforço de guerra e a paz social. O estadista-historiador sabe que é preciso sacrificar as questões menores no altar da vitória final. Leva ao Parlamento uma lei de emergência que coloca todas as pessoas, serviços e propriedades a serviço da Coroa. Puro socialismo. Mais tarde, quando escreverá a história da segunda guerra mundial, enunciará a sua fórmula:

"Na guerra, determinação; na derrota, resistência; na vitória, magnanimidade; na paz: boa-vontade."