miércoles, 23 de junio de 2010

Morre enfermeira da Segunda Guerra famosa por foto de beijo em Nova York

LOS ANGELES - Uma enfermeira que ficou famosa por uma foto na qual aparecia beijando um marinheiro americano na Times Square, em Nova York, em 1945, comemorando o fim da Segunda Guerra Mundial, morreu aos 91 anos, informou sua família na terça-feira. Registrada pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt, a foto do V-J Day (Dia da Vitória sobre o Japão) em que Edith Shain aparece vestida de branco marcou o que é considerado um momento épico na história dos Estados Unidos e se tornou um ícone do fim do confronto após ser publicada na revista "Life".

A identidade da enfermeira na foto não era conhecida até o final dos anos 1970, quando Edith escreveu ao fotógrafo dizendo que ela era a mulher da foto tirada no dia 14 de agosto na época em que trabalhava em um hospital da cidade de Nova York. A identidade do marinheiro, que continua desconhecida, ainda é alvo de especulações.

A foto também marcou a vida de Edith. A fama conquistada com a imagem lhe trouxe convites para eventos ligados à guerra, como colocar grinaldas em túmulos, participar de paradas e outras comemorações. A enfermeira, que morreu em sua casa de Los Angeles, no domingo, deixa três filhos, seis netos e oito bisnetos.

"Minha mãe sempre estava disposta a enfrentar novos desafios, e cuidar dos veteranos da Segunda Guerra Mundial lhe dava energia para aceitar outra chance de fazer a diferença", disse seu filho Justin Decker em comunicado.

Fonte: Jornal O Globo, 23/06/10

jueves, 17 de junio de 2010

Stephen E. Ambrose

Stephen Edward Ambrose (1936-2002) foi um escritor americano e é considerado um dos maiores autores de livros sobre a segunda guerra mundial

Ao longo da sua carreira, Ambrose lecionou história em várias universidades, desde 1960 até aposentar-se em 1995, tendo passado grande parte do seu tempo na Universidade de Nova Orleans. Nesta cidade, Ambrose foi igualmente diretor emérito do Centro Eisenhower e fundou o Museu Nacional do Dia-D.

Com diversas obras publicadas sobre a história norte-americana, dentre elas a conquista do Oeste, a construção da estrada de ferro transcontinental, ganhou fama especialmente com os livros sobre a 2ª Guerra Mundial, destacando-se os best-seller D-Day, Citizen Soldiers e The Victors, bem como Band of Brothers.

Foi conselheiro militar no filme O Resgate do Soldado Ryan e foi o produtor executivo na mini-série televisiva baseada no seu livro, Band of Brothers.

Eisenhower, admirando o seu trabalho, escolheu Ambrose como biógrafo, o que resultou num entusiasmo geral pela sua biografia, contendo no entanto várias críticas ao antigo comandante supremo das forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial e presidente dos Estados Unidos da América entre 1953 e 1961.

Stephen Ambrose era um fumante inveterado. O escritor morreu de câncer no pulmão em 13 de Outubro de 2002, aos 66 anos, e foi sepultado no Cemitério "Garden of Memory" em Bay St. Louis, Mississippi.

Obras

- Eisenhower and Berlin, 1945: The Decision to Halt at the Elbe (1967)

- The Papers of Dwight David Eisenhower, Vols. 1-5 (1967)

- The Supreme Commander: The War Years of General Dwight D. Eisenhower (1970)

- General Ike: Abilene to Berlin (1973)

- Crazy Horse and Custer (1975): The epic clash of two great warriors at the Little Bighorn

- Ike's Spies: Eisenhower and the Espionage Establishment (1981)

- Eisenhower: Soldier, General of the Army, President-Elect, 1890-1952 (1983)

- Eisenhower: The President (1985)

- Nixon: The Education of a Politician 1913-1962 (1987)

- Pegasus Bridge (1988) ISBN 0671671561

- Nixon: The Triumph of a Politician, 1962-1972 (1989)

- Nixon: Ruin and Recovery 1973-1990 (1990)

- Eisenhower: Soldier and President (1990)

- Eisenhower and the German POWs: Facts Against Falsehood (1992)

- Band_of_Brothers

- D-Day June 6, 1944: The Climactic Battle of World War II (1994)

- Undaunted Courage and the Opening of the American West (1996)

- Citizen Soldiers (1997)

- The Victors: Eisenhower and His Boys: The Men of World War II (1999)

- Nothing Like it in the World(2000)

- The Wild Blue : The Men and Boys Who Flew the B-24s Over Germany 1944-45

- To America: Personal Reflections of an Historian (2002)

miércoles, 9 de junio de 2010

Falece Maurice Chauvet, veterano francês da Segunda Guerra Mundial

(1918-2010)

Faleceu no último dia 21 de maio em Paris, de causas naturais aos 91 anos de idade, o veterano do Comando Kieffer, Maurice Chauvet.

Nascido em Le Gâvre, na Bretanha, Chauvet era aluno de artes quando irrompeu a Segunda Guerra Mundial, e ele imediatamente alistou-se na Marinha. Feito artilheiro no cruzador George Leygues, Chauvet inicialmente patrulhou o Atlântico à procura da Kriegsmarine. Após a invasão da França em maio de 1940, ele tentou juntar-se às forças navais em fuga da França Livre, mas não conseguiu e recebeu de Vichy uma condenação a dez anos de trabalhos forçados por deserção. Chauvet então tentou fugir para a Inglaterra via Espanha, mas foi capturado pela guarda civil espanhola e levado para o notório campo de concentração de Miranda de Ebro, no norte do país, onde permaneceu por 18 meses. Fugindo do campo, ele finalmente conseguiu chegar à Inglaterra em 6 de junho de 1943.

Chauvet alistou-se nas Forças Navais da França Livre, sendo enviado para duro treinamento na Escócia, onde comandos de diversos países europeus ocupados estavam sendo preparados para missões clandestinas. Chauvet lembrou-se que em muitas vezes treinou sob fogo real dos instrutores, o que causou muitas mortes precipitadas entre os aprendizes. Foi lá que Chauvet desenhou o emblema dos Fuzileiros Navais Franceses, um navio com uma adaga, ainda usado em suas boinas verdes atualmente. Ao completar o treinamento, ele tornou-se membro do Comando Kieffer, uma pequena unidade de fuzileiros navais sob comando do Comandante Philippe Kieffer.

Às 7:31h de 6 de junho de 1944, os 177 fuzileiros franceses de Kieffer desembarcaram na praia Sword, formando a extrema-esquerda da Operação Overlord. O comandante inglês da área, Lord Lovat, permitiu que os franceses fossem os primeiros a desembarcar em sua terra. Sob pesado fogo alemão, Chauvet e os outros rapidamente fizeram seu caminho até a Ponte Pegasus, fazendo a ligação com os paraquedistas que a haviam tomado na madrugada. Sobrepujando as metralhadoras e lança-chamas, Chauvet então capturou a cidade de Ouistreham, um dos objetivos principais da força de desembarque de Sword. Cinco dias depois do desembarque, ele foi seriamente ferido e evacuado para a Inglaterra, permanecendo em recuperação até o fim da guerra.

O pequenino Comando Kieffer foi a única unidade francesa a participar dos desembarques do Dia-D, porque os Alto-Comando Aliado não confiava em Charles De Gaulle com os planos de invasão. Os fuzileiros receberam de um almirante francês a permissão para desembarcar, e De Gaulle não foi informado. Mais tarde, ele negou aos homens de Kieffer a Ordem da Liberação alegando que eles eram "tropas britânicas".

Nicolas Sarkozy cumprimenta Maurice Chauvet em maio de 2008.

Após a guerra, Chauvet trabalhou como artista e cineasta, e suas lembranças da batalha na Normandia foram extensivamente usadas na produção de "O Mais Longo dos Dias", no qual ele foi creditado como consultor técnico. Contudo, ele desentendeu-se com a produção, dizendo que ela estava "glamourizando" o Dia-D nas telas ao invés de mostrar a sombria realidade dos combates. Em 8 de maio de 2008, em Ouistreham, o presidente Nicolas Sarkozy cumprimentou os antigos "boinas verdes" e condecorou Chauvet com o grau de Oficial da Legião da Honra.

Fonte: Blog Sala de Guerra