(1918-2010)
Faleceu no último dia 21 de maio em Paris, de causas naturais aos 91 anos de idade, o veterano do Comando Kieffer, Maurice Chauvet.
Nascido em Le Gâvre, na Bretanha, Chauvet era aluno de artes quando irrompeu a Segunda Guerra Mundial, e ele imediatamente alistou-se na Marinha. Feito artilheiro no cruzador George Leygues, Chauvet inicialmente patrulhou o Atlântico à procura da Kriegsmarine. Após a invasão da França em maio de 1940, ele tentou juntar-se às forças navais em fuga da França Livre, mas não conseguiu e recebeu de Vichy uma condenação a dez anos de trabalhos forçados por deserção. Chauvet então tentou fugir para a Inglaterra via Espanha, mas foi capturado pela guarda civil espanhola e levado para o notório campo de concentração de Miranda de Ebro, no norte do país, onde permaneceu por 18 meses. Fugindo do campo, ele finalmente conseguiu chegar à Inglaterra em 6 de junho de 1943.
Chauvet alistou-se nas Forças Navais da França Livre, sendo enviado para duro treinamento na Escócia, onde comandos de diversos países europeus ocupados estavam sendo preparados para missões clandestinas. Chauvet lembrou-se que em muitas vezes treinou sob fogo real dos instrutores, o que causou muitas mortes precipitadas entre os aprendizes. Foi lá que Chauvet desenhou o emblema dos Fuzileiros Navais Franceses, um navio com uma adaga, ainda usado em suas boinas verdes atualmente. Ao completar o treinamento, ele tornou-se membro do Comando Kieffer, uma pequena unidade de fuzileiros navais sob comando do Comandante Philippe Kieffer.
Às 7:31h de 6 de junho de 1944, os 177 fuzileiros franceses de Kieffer desembarcaram na praia Sword, formando a extrema-esquerda da Operação Overlord. O comandante inglês da área, Lord Lovat, permitiu que os franceses fossem os primeiros a desembarcar em sua terra. Sob pesado fogo alemão, Chauvet e os outros rapidamente fizeram seu caminho até a Ponte Pegasus, fazendo a ligação com os paraquedistas que a haviam tomado na madrugada. Sobrepujando as metralhadoras e lança-chamas, Chauvet então capturou a cidade de Ouistreham, um dos objetivos principais da força de desembarque de Sword. Cinco dias depois do desembarque, ele foi seriamente ferido e evacuado para a Inglaterra, permanecendo em recuperação até o fim da guerra.
O pequenino Comando Kieffer foi a única unidade francesa a participar dos desembarques do Dia-D, porque os Alto-Comando Aliado não confiava em Charles De Gaulle com os planos de invasão. Os fuzileiros receberam de um almirante francês a permissão para desembarcar, e De Gaulle não foi informado. Mais tarde, ele negou aos homens de Kieffer a Ordem da Liberação alegando que eles eram "tropas britânicas".
Nicolas Sarkozy cumprimenta Maurice Chauvet em maio de 2008.
Após a guerra, Chauvet trabalhou como artista e cineasta, e suas lembranças da batalha na Normandia foram extensivamente usadas na produção de "O Mais Longo dos Dias", no qual ele foi creditado como consultor técnico. Contudo, ele desentendeu-se com a produção, dizendo que ela estava "glamourizando" o Dia-D nas telas ao invés de mostrar a sombria realidade dos combates. Em 8 de maio de 2008, em Ouistreham, o presidente Nicolas Sarkozy cumprimentou os antigos "boinas verdes" e condecorou Chauvet com o grau de Oficial da Legião da Honra.
Fonte: Blog Sala de Guerra
Descanse em Paz nobre guerreiro
ResponderEliminarSerá que ainda algum dia, vai ser um produzido um brilhante filme (ou um seriado de TV)sobre a participação das "Forças Francesas Livres gaulistas" na 2a guerra mundial ???? Tipo assim, uma película "Resgate do Soldado Ryan" com tropas francesas - João Barone iria se amarrar, etc hahahahahahahaha
ResponderEliminar