O fim da familia Goebbels foi o desfecho mais trágico da ditadura mais brutal do século XX. De acordo com o historiador Peter Longerich, autor de uma nova biografia de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler, que será lançada na próxima semana na Alemanha pela editora Piper, o casal Goebbels resolveu assassinar os seus seis filhos, que tinham entre 12 e quatro anos de idade, antes de suicidar-se, porque sofria de uma forte dependência psiquica do ditador.
“Um mundo sem Hitler não é digno de vida" para os seus filhos, escreveu Magda Goebbels dois dias antes de assassiná-los. As crianças tinham sido até tema de um filme financiado pelo ministério da propaganda como o exemplo de crianças "tão puramente arianas". Apenas o filho do primeiro casamento de Magda, com o industrial Günther Quandt, Harald Quandt, sobreviveu ao fanatismo da mãe. Harald Quandt, da familia que hoje é proprietária da empresa automobilistica BMW, morreu em um desastre aéreo em 1967.
No dia primeiro de maio de 1945 Magda pediu ao médico Gustav Kunz que desse às crianças, que já estavam no bunker que abrigou os últimos dias do governo nazista, uma injeção de morfium. Em seguida, ela injetou na boca de cada uma (Helga, Hildegard, Helmut, Holdine, Hedwig e Heidrun) cianureto de potássio.
Segundo pessoas que conviveram com a familia Goebbels nos últimos dias, Helga, de 12 anos, estava profundamente desconfiada e teria suplicado à mãe para que poupasse a vida das crianças.
Mas enquanto Magda julgava que o mundo depois de Hitler não seria digno de vida para “crianças arianas”, Joseph Geobbels, que endeusava Hitler, a quem chamara, no seu diário, de “meio plebeu, meio deus”, queria que as crianças morressem também porque depois do suicidio de Hitler, um dia antes, a vida tinha perdido o sentido.
Fonte: Jornal O Globo, 15/11/10
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